Profissional em destaque

Maria de Fátima Jacob

Se viver em Laguna é bom, que dirá quem pode usufruir de tal paraíso, à beira da lagoa, em uma comunidade pacata, onde é possível se ausentar de casa, deixando as portas abertas? O paraíso da profissional em destaque desta edição é na Barranceira, lugar onde a tubaronense Maria de Fátima Jacob foi morar com o marido, há 15 anos, em busca de qualidade de vida e que hoje a artesã define como seu “pedacinho de chão”. Filha de dona Aurea e do saudoso Angelo Benedet, a focalizada percorreu uma longa trajetória até chegar a terra de Anita: “Depois que me casei fui morar em Joinville. Lá construí minha família, tive meus filhos, trabalhei por muitos anos em uma fábrica, até meu saudoso marido ter um AVC. Decidimos então procurar um lugar mais calmo e tranquilo para viver. Foi então que surgiu Laguna em nossas vidas”, recorda. Após deixar o trabalho, Maria de Fátima foi em busca de uma nova ocupação, que acabou encontrando no artesanato: “Sou apaixonada por atividades manuais desde que me dou por gente. Aos sete anos, vi uma senhora trabalhando na confecção de uma bandeja e não descansei até que ela me ensinasse como fazer. E desde então esta paixão não perdeu espaço. Há cerca de 30 anos, quando decidi deixar a profissão, vi que poderia transformar o hobby em “ganha pão”, e aqui estou até o momento”. Com feltros, ela transforma cadernos em verdadeiras obras de arte: “São os meus prediletos. Adoro criar capas”. E os motivos são diversos: “Faço bonecas, fitilhos, enfim, o que minha imaginação permitir”. Quando questionada sobre o que o trabalho tem de melhor, pontua: “A interação com as outras artesãs”. E tamanha sintonia ganhou ainda mais espaço, após a criação da Casa das Artes, local onde hoje se concentra grande parte do trabalho artesanal do município: “Eramos uma classe desunida, onde cada um fazia por si. Esta união em um mesmo local está nos proporcionando a profissionalização, a busca por feiras, enfim, investindo na nossa arte”. Com uma rotina que inicia por volta das seis horas, a artesã confessa que sua produção rende melhor no período matutino: “Acordo, faço as atividades de casa e sento para trabalhar. Me dedico como se fosse uma verdadeira linha de produção. Idealizo o produto, reúno o material, e começo o trabalho, entre recorte do feltro, colagem e depois decoração”. Mãe de Ricardo Alberto e Wescley Alexandre, nas horas de folga é no planejamento de viagens com as amigas que ela dedica seu tempo: “Este ano já tenho três passeios marcados, isto sem contar as feiras, em São Paulo e  no Rio Grande do Sul. Confesso que até gosto de viajar, mas com aquele sentimento de que Laguna, meu porto seguro, estará me esperando, de braços abertos. É a terra abençoada onde ficarei até o fim dos meus dias”.

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