Especial

Maternar

Mães lagunenses, em diferentes fases da vida, abrem o coração sobre os dilemas, descobertas e delícias da maternidade

Após sete anos de casamento, a professora Samia e o bancário Márcio Daros começaram a planejar a chegada dos filhos. Após um período de tentativas e algumas consultas médicas, constaram que ambos estavam em plena saúde, logo, sem nenhum problema que dificultasse o processo. Paralelamente, a possibilidade de adoção sempre foi algo muito forte no coração e nos planos mais íntimos de Samia: “Nunca me imaginei gestante, só alimentava o desejo de ser mãe. Não cheguei a conversar com o meu esposo sobre adotarmos e o assunto veio a tona por intermédio dele. Foi maravilhoso. Quando viemos morar em Laguna, fomos ao Fórum, nos informamos e começamos a dar início aos trâmites legais”, recorda.

Durante as tratativas, Samia descobriu que estava grávida: “Foi uma euforia que durou pouco tempo. Duas semanas depois tive um aborto espontâneo. Um momento difícil e doloroso. Não fisicamente, mas no emocional. Fiz a curetagem no mesmo ambiente em que me deparava com várias mães indo ganhar seus filhos e eu vivenciando a dor da perda”, recorda.

O tempo passou, e depois de dois anos, o casal enfim finalizou o processo de adoção, entre cursos, participação em grupos de apoio e palestras: “A chegada de Sara aconteceu de forma despretensiosa: “Uma semana estávamos em uma balada, dançando e celebrando os 10 anos de casados. Na outra, recebemos a ligação de que nossa filha já estava esperando por nós”.

O momento em que recebeu a notícia de que Sara estava a caminho, Samia assemelha ao parto: “A sensação foi maravilhosa. Nós decidimos que não iríamos contar para ninguém. Era um final de tarde e só poderíamos visitar a Casa Lar no dia seguinte. Quando lá chegamos e colocamos os olhos nela, embalada naquela manta amarela, a qual me lembro até hoje foi a melhor sensação do mundo”.

Mas não foi naquele instante que a mamãe Samia pode levar sua filha embora para casa: “Tinham alguns papéis ainda a serem encaminhados e assinados. Optamos então por começar a ligar para os familiares e montarmos o lar para chegada dela, afinal não tínhamos nada preparado”.

Os primeiros dias de adaptação foram tranquilos: “Ela era uma bebê que não chorava, só dormia. Passava as noites de forma muito calma, assim como foi todo período de licença maternidade, no qual fiquei grudada nela”. Quando questionada sobre o que Sara representa em sua vida, a mãe abre o coração: “A Sara é meu sol, meus olhinhos brilhantes, minha alegria diária, melhor companheira. Dona de uma personalidade forte e cheia de opinião. Ama conversar e dividir seu dia a dia comigo”. Samia e Sara Daros

Logo após o casamento, na época, aos 28 anos, a psicóloga e empresária Mariana Corrêa Fretta Milioli já fazia planos de ser mãe: “Eu e o meu marido, Saulo, estávamos juntos há muitos anos. A vinda de um filho seria a forma de selarmos a união e um amor que já era tão forte”.
O que ela não imaginava é que iria se deparar com muitas dificuldades para realizar esse sonho: “O meu quadro de saúde não era nada animador. Desde endometriose profunda, crônica, grau 4, uma das trompas obstruídas, enfim, o que acabou me motivando a buscar uma fertilização in vitro, que acabou não dando certo”.
A dor e frustração não deixou o casal se abater. Pouco tempo depois, assim que permitido, tentaram pela segunda vez uma fertilização, e assim, Mariana, aos 35 anos, recebeu a melhor notícia de sua vida: “Quando fiz o procedimento me instruíram a fazer o teste 15 dias depois. Era demais para minha ansiedade. Com nove dias comprei um teste de farmácia e fui ver o resultado, que felizmente deu positivo. Chorei muito, me ajoelhei e agradeci a Deus por tamanho presente”.
Desejado e muito planejado, o bebê e a mãe passaram por uma gestação repleta de cuidados: “Foi difícil. Eu precisei fazer repouso absoluto por um tempo. Diante de uma vida tão agitada, passar meus dias sentada na cama ou no sofá, trancada em casa. Foi uma época de muita ansiedade”, recorda.
Para o futuro de Apolo, a mãe coruja planeja tudo que há de melhor: “Quero que ele seja feliz e que eu possa oferecer a ele uma figura materna presente e que eu possa oferecer para ele não apenas o material, mas também muito carinho, atenção e amor durante toda sua caminhada”. Apolo e Mariana Fretta Milioli

Aos 29 anos, Sabrina Souza Portes dedica seu tempo a criação de Valentina, Catarina e Melina. O desejo pela maternidade veio logo após o casamento, há cerca de seis anos: “Sonhava em ser mãe desde a infância. Acho que nasci para exercer esse papel”.
A primeira gestação foi planejada, após cinco meses de casamento: “Comecei a sentir enjoos e logo já associei que poderia estar grávida.
Foi uma sensação única, maravilhosa, inexplicável. Infelizmente acabei perdendo o bebê pouco tempo depois”.
Dali em diante, Sabrina e o esposo Mayck decidiram não mais fazer planos e esperar que as mãos de Deus e do destino conduzissem da melhor forma: “As gestações seguintes vieram no susto. E assim recebi as três lindas flores do meu jardim”, enaltece.
Entre os cuidados das filhas de 4, 3 anos e 11 meses, Sabrina procura usar da rotina como sua aliada: “Faço tudo em sequência com elas, desde a hora em que acordam, até a hora em que vão dormir. E seguimos ao pé da letra, mesmo estando de férias em algum lugar. Sábado e domingo dormem até mais tarde e aproveitam mais a presença do pai em casa. Brincamos, contamos histórias, elas se divertem entre si”.
Sobre o que as meninas representam em sua vida, Sabrina é só amor: “Elas são os meus bebês arco íris, são o meu combustível para luta do dia a dia, são a minha melhor versão, são as razões da minha vida. Não sei o que seria sem elas”.
Para o futuro, o coração de mãe só quer a união das irmãs: “Gostaria que elas ficassem pra sempre assim, pequeninas, do meu lado. O mundo hoje está tão cruel. Gostaria de vê-las mulheres talentosas e maravilhosas, com futuro brilhante, com Deus sempre a frente e sendo o principal em suas decisões. Que possamos seguir todos juntos, unidos como sempre fomos. Uma família que nasceu do coração de Deus”. Sabrina, Valentina, Catarina e Melina Souza Portres

O próximo domingo de dia das mães será ainda mais especial para Iara Amboni. Após 18 anos, ela terá a chance de novamente passar a data com a filha mais velha, Nicolle, que reside em Orlando.
Mãe também de Francine e Cássio, ela se desdobra entre os cuidados e carinhos com os filhos e netos: “Eu me divido como posso. Quando possível, vou para os Estados Unidos e fico uns 2 meses por ano com a Nicolle, meu genro Chris e meu neto Noah. O restante do ano com a Francine, o Cássio, meus outros netos, Luiza, Thiago e Sofia, genro, nora e meu esposo. Amor tem de sobra”.
Iara foi mãe ainda na adolescência, aos 16 anos: “Sempre sonhei com a maternidade, mas fui pega de surpresa. Graças a Deus sempre me sai bem no papel, mas acredito que ser mãe é um dom”.
Entre os seus traços de personalidade que encontra em cada um deles, pontua: “Todos tem um bom coração, são generosos e extremamente carinhosos e cuidadosos com os pais. Os três são independentes, dinâmicos e sempre muito ligados à família, muito dedicados aos filhos. O amor que eu dei a eles, eles dão para os filhos”.
Quando questionada sobre o que cada um deles represente em sua vida, abre o coração: “Eles são tudo pra mim, os amores da minha vidas. Meus netos vieram para renovar nossa esperança e trazer muito amor”.
Para o futuro das novas gerações, o coração de avó faz planos: “Espero que meus netos sigam o exemplo dos pais e dos avós e que sejam pessoas do bem. Sempre acreditei que o segredo para criar um filho é dar muito amor. E é o que eu quero passar pra eles”. Iara, os filhos Nicolle, Francine e Cássio e o neto Noah

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