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Os Senadores de Laguna

Como fazer jornalismo é fazer história, o JL hoje publica um pouco da atuação como senadores da República, dos lagunenses Jaison Barreto, que é médico e que também foi deputado federal, residindo em Balneário Camboriú, Jesuíno Lamego, que foi militar, almirante e Barão de Laguna e Raulino Júlio Adolfo Horn, que foi comerciante, jornalista, militar e governador do Estado. Confira!

Jaison Barreto

Nasceu em 16 de agosto de 1933, em Laguna. Filho de Ceres Silva Barreto e de Tupy Barreto. Seu pai foi Deputado Estadual na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, de 1955-1963. Casou com Astrid Renaux Barreto, com quem teve Rodrigo e André Felipe.

Iniciou seus estudos primários na terra natal. Prosseguiu a formação em Tubarão, Gaspa (Grupo Escolar Honório Miranda), e Indaial (Grupo Escolar Polidoro Santiago). O curso ginasial fez no Colégio Catarinense, em Florianópolis, e o científico completou no Colégio Piedade, no Rio de Janeiro (RJ).

Formou-se em Medicina pela Faculdade Nacional de Medicina, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1957. Especializou-se em Oftalmologia pela Sociedade Brasileira de Oftalmologia, no ano de 1959, e pelo Instituto Barraquer, na cidade de Barcelona, Espanha, em 1964.

Exerceu a medicina inicialmente no Rio de Janeiro, mas logo retornou para Santa Catarina, onde clinicou nos municípios de Brusque e Blumenau por 15 anos. Presidiu a Regional de Blumenau e o Departamento de Oftalmologia da Associação Catarinense de Medicina (ACM).

Em 1966, participou da fundação do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), e concorreu pelo partido ao cargo de Deputado Estadual à Assembleia Legislativa catarinense, obteve 3.685 votos e ficou na suplência.

Nas eleições de 1970, elegeu-se Deputado Federal por Santa Catarina, pelo MDB, com 47.899 votos, para a composição da 44ª Legislatura (1971-1974). Durante o mandato, fez parte do grupo dos “autênticos do MDB”, que se destacou na oposição ao Regime Militar. No pleito seguinte, reelegeu-se à Câmara dos Deputados, com 62.151 votos, sendo o Deputado catarinense mais bem votado para a 45ª Legislatura (1975-1978).

Após dois mandatos na Câmara dos Deputados, pelo MDB, candidatou-se à vaga de Senador representando Santa Catarina em 1978, com 465.930 votos, foi eleito para a 46ª Legislatura (1979-1983) e 47ª Legislatura (1983-1987). Ocupou a função de 2º Vice-Presidente da Mesa Diretora do Senado, entre 1983 e 1984.

Disputou o cargo de Governador de Santa Catarina, em 1982, pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), conquistou 825.500 votos, ficou na segunda colocação na disputa vencida por Esperidião Amin, por uma diferença de 12.650 votos.

No último ano do mandato de Senador, ingressou no Partido Democrático Trabalhista (PDT), sendo Líder da bancada do partido.

Pelo PDT, lançou candidatura para Deputado Federal nas eleições de 1986, recebeu 23.637 votos – o mais bem votado do partido, mas não foi eleito.

Depois não disputou outras eleições, mas continuou a influenciar na política catarinense. Posteriormente, filiou-se ao Partido da Social Democracia Brasileiro (PSDB).

Entre 1999 e 2002, foi membro do Conselho de Administração das Centrais Elétricas de Santa Catarina (CELESC) e Vice-Presidente da Santa Catarina Seguros e Previdência S.A.

Reside em Balneário Camboriú, desde 1976.

Atividades Parlamentares

Na Câmara dos Deputados: Membro da Comissão Especial do Desenvolvimento da Região Sul: (1971-1974); Vice-Presidente da Comissão Especial do Desenvolvimento da Região Sul: (1972); Vice-Presidente da Comissão Especial de Pesquisa Científica e Tecnológica no Brasil; Presidente da Comissão de Saúde: (1973-1974); Vice-Presidente da Comissão Especial destinada a estudar e elaborar o Projeto sobre Trafico e uso de Tóxicos: (1974); Presidente da Subcomissão da Indústria Farmacêutica: (1975); Presidente do 1º Simpósio de Assistência Médico Previdenciária – Câmara Federal: (1975); Coordenador da Mesa Redonda sobre Assistência Odontológica: (1976); Vice-Presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia: (1976); Presidente da Comissão de Legislação Social: (1977); Coordenador da 1a Mesa-Redonda da Comissão de Saúde visando à regulamentação do exercício da Acupuntura no Brasil: (1978) e Coordenador do Simpósio Nacional de Alimentação e Nutrição: (1978).

No Senado Federal: Presidente da Comissão de Saúde: (1981-82); Presidente do 2º Simpósio Nacional de Assistência Médico Previdenciária: (1981); Membro da Comissão de Legislação Social: (1981-1986); Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito da Previdência Social: (1984); Observador Parlamentar junto a ONU: (1985); e Membro da Comissão Parlamentar de Inquérito do Menor Abandonado e do Consumidor: (1986).

Homenagens e condecorações

Cidadão Honorário de Balneário Camboriú, 2013; Condecorado com Ordem do Congresso Nacional, no grau de Grande Oficial, 1984; Homenagem da Câmara de Vereadores de Florianópolis na comemoração dos seus 80 anos, 2013; Homenageado pelo PMDB, por sua contribuição à sigla, na Assembleia Legislativa catarinense, em 2016 e Homenageado na 17ª Conferência Estadual dos Advogados, em evento promovido pela OAB-SC, 2014.

Raulino Horn

Nasceu em 1º de julho de 1849, em Laguna. Filho de Claudina Bernardino de Oliveira Medeiros e de Eduardo Amadeo Adolfo Horn.

Seu pai nasceu na Prússia, em 1799, e faleceu em 1866. Era boticário (farmacêutico) formado, chegou ao Brasil em janeiro de 1838, residiu em Laguna e em Desterro, neste último possuía uma farmácia. Casou primeiro com Prudência Maria da Piedade, depois com Claudina.

Seu sobrinho, Eduardo Horn, foi Prefeito interino de Florianópolis e Deputado Estadual na Assembleia Legislativa de Santa Catarina.

Seguindo a formação do pai, Raulino cursou Farmácia na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde se formou e manteve contato com catarinenses envolvidos por ideais republicanos e abolicionistas, entre eles, Saldanha Marinho e Esteves Júnior.

Em 1879, fundou a Farmácia Rauliveira e a Farmácia Popular, no Largo do Palácio, em Desterro/SC, atual Florianópolis, onde foi militar e chegou a Coronel.

Casou com Henriqueta Avelina Monteiro Horn e tiveram filhos, entre eles, Axires.

Em Santa Catarina, com outros, fundou o Partido Republicano Catarinense (PRC), em 1887, sendo seu principal representante, e o Clube Abolicionista de Desterro, deste foi seu presidente.

Com a Proclamação da República em 15 de novembro de 1889, Raulino integrou e presidiu a Junta Governativa de 1889, formada por João Batista do Rego Barros Cavalcanti de Albuquerquee Alexandre Marcelino Bayma, nomeada por decreto do Presidente Deodoro da Fonseca, que governou provisoriamente Santa Catarina de 17/11/1889 a 02/12/1889, até a nomeação de Lauro Müller, como Governador.

Fez parte do grupo de republicanos que adquiriu o jornal Conservador – que, depois da proclamação da República, mudou de nome para: A República.

Em abril de 1890 passou a ser o primeiro Vice-Governador e governou interinamente o Estado entre 24 de agosto a 29 de setembro de 1890 e de 5 a 8 de outubro de 1890.

Foi Senador por Santa Catarina, pelo PRC, e cumpriu mandatos de 1890 a 1899, nas seguintes legislaturas: 21ª Legislatura (1890-1891); 22ªLegislatura (1891-1893); 23ª Legislatura (1894-1896) e 24ª Legislatura (1897-1899).

Por quatro vezes exerceu funções de Superintendente de Florianópolis (atual cargo de Prefeito): 14 de março a 22 de junho de 1891 – interino; 1º de janeiro a 28 de abril de 1899 – nomeado pelo Governo Estadual; 10 de outubro a 13 de outubro de 1899 – interino; 10 de janeiro de 1900 a 23 de janeiro de 1901 – nomeado pelo Governo Estadual.

Pelo PRC, elegeu-se Deputado Estadual ao Congresso Representativo de Santa Catarina (Assembleia Legislativa) e exerceu três mandatos: 11ª Legislatura (1919-1921), foi Presidente da Assembleia (1919-1921) e novamente exerceu o cargo de Governador interino, substituindo Hercílio Luz; 12ª Legislatura (1922-1924), outra vez Presidente do Congresso no triênio, e 13ª Legislatura (1925-1927).

Governador interino de Santa Catarina, nos seguintes períodos: de 24 de abril a 28 de maio de 1920; de 30 de agosto a 27 de setembro de 1920; de 31 de outubro de 1921 a 12 de agosto de 1922; e de 16 de agosto a 28 de setembro de 1922.

Faleceu em 26 de setembro de 1927, em Florianópolis.

Homenagens

Rua Raulino Horn, Centro, Laguna e Escola de Educação Básica Eeb Raulino Horn, Centro, Indaial.

Jesuíno Lamego (Almirante Lamego)

Nasceu no dia 13 de setembro de 1811, em Laranjeira, Laguna. Filho de Nicolau José Lamego e de Joaquina Antônia de Jesus. Irmão de Firmino e José, que também fizeram carreira na marinha. Jesuíno casou com Leonor Auta de Oliveira da Costa e tiveram a filha Joaquina Rosa de Oliveira da Costa.

Com sete anos de idade foi estudar no Rio de Janeiro/RJ. Aos quinze se alistou na Marinha e seu batismo de fogo foi nas Campanhas Navais do Rio da Prata.

Vida militar

Na carreira militar recebeu as promoções de: 2º Tenente (18 de dezembro de 1826); 1º Tenente (7 de setembro de 1837); Capitão-Tenente (15 de março de 1840); Capitão de Fragata (14 de março de 1849); Capitão de Mar e Guerra (3 de março de 1952); Vice-Almirante (1874); Reformado Almirante da Armada (15 de dezembro de 1876).

Trajetória na Marinha

Habilitação de Piloto (1829); Comandante da Corveta Dona Amélia (Navio de Guerra à vela), em 23 de julho de 1930, quando tinha 19 anos; Comandante Militar da Vila de Santa Maria de Belém de Icatu, no Pará, (2 de novembro de 1839); Comandante da Divisão do Rio da Prata (de 9 de agosto de 1852 a 14 de outubro de 1854, e a partir de 26 de maio de 1857).

Comandante Chefe da Divisão do Rio da Prata (1874); Comandante da Estação Naval do Rio de Janeiro (13 de março de 1855); Chefe da Estação Naval do Rio de Janeiro (2 de dezembro de 1856); Encarregado do Quartel General da Marinha (28 de setembro de 1861); Inspetor do Arsenal da Marinha (15 de abril de 1863); Chefe de Esquadra (21 de janeiro de 1867); Comandante do 1º Distrito Naval do Rio de Janeiro (16 de dezembro de 1873) e Conselheiro de Guerra.

Vida política

Representando a Província de Santa Catarina, pelo Partido Conservador, assumiu como Deputado na Assembleia Geral do Império (atual cargo de Deputado Federal) à 10ª Legislatura (1857-1860), após a morte de Jerônimo Francisco Coelho, como suplente convocado.

Pelo mesmo partido, elegeu-se Deputado à Assembleia Legislativa Provincial de Santa Catarina para a 12ª Legislatura (1858-1859) e como suplente à 16ª Legislatura (1866-1867).

Eleito Deputado Geral mais duas vezes, pelo Partido Conservador, tomou posse à 14ªLegislatura (1869-1872) e à 15ª Legislatura (1872-1875). Nesta última, afastou-se do cargo para disputar vaga de Senador.

Foi eleito Senador do Império por Santa Catarina à 15ª Legislatura (1872-1875), pela chapa conservadora, após o falecimento do segundo colocado na lista tríplice, Joaquim Xavier Neves, sendo escolhido pela Regente Princesa Isabel, no dia 11 de dezembro de 1872. Permaneceu no cargo nas seguintes legislaturas: 16ª Legislatura (1877-1878); 17ª Legislatura (1878-1881); 18ªLegislatura (1882-1884); 19ª Legislatura (1885); e 20ª Legislatura (1886-1889).

Faleceu em 16 de fevereiro de 1886, no Rio de Janeiro/RJ.

Condecorações

Barão de Laguna – por Decreto Imperial de 12 de maio de 1871; Veador de Sua Majestade a Imperatriz; Oficial da Ordem do Cruzeiro Oficial (3 de março de 1852); Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa (1841); Cavaleiro da Ordem Real de S. Estanislau, na Rússia (1872); Dignatário da Ordem da Rosa; Oficial da Legião de Honra da França, nomeado em 1866; Comendador da Ordem de Nossa Senhora de Vila Viçosa, em Portugal (1866); Comendador da Ordem de Carlos III, na Espanha (15 de janeiro de 1867); Comendador da Ordem Holandesa do Leão Neerlandez (1868); Comendador da Ordem Francesa da Legião de Honra; Comendador da Ordem Portuguesa da Conceição de Vila Viçosa; Comendador da Ordem Espanhola de Carlos III; Grã-Cruz da Ordem de São Bento de Aviz (1876); Grã-Cruz da Ordem Russiana de Santo Estanislau; Medalha de Ouro da Cia. do Rio da Prata, pelo combate na passagem de Tonelero.

Obras publicadas

Descrição a cerca dos portos de Dom Pedro II e Antonina pela comissão composta pelo Barão de Iguatemi, Barão da Laguna e Engenheiro Jeronymo Rodrigues de Moraes Jardim, no Rio de Janeiro, de 1875 e Relatos da viagem da Fragata a Vapor Affonso, abrindo a navegação do Paraguai.

Homenagens

Biblioteca Almirante Lamego – na Delegacia da Capitania dos Portos de Laguna (2014); Conjunto Educacional Almirante Lamego (hoje Escola de Ensino Médio), em Laguna (1964); Rua Almirante Lamego, Campo de Fora, em Laguna; Rua Almirante Lamego, Centro, Florianópolis e Rua Almirante Lamego, Bairro Guanabara, em Joinville.

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