Geral

Patrimônio Cultural

Um pouco da história de Laguna

MERCADO PÚBLICO MUNICIPAL

Este edifício foi inaugurado em 1957, em substituição ao antigo Mercado Público Municipal que foi destruído por um incêndio em agosto de 1939.

O projeto do Mercado foi inspirado na linguagem Art Déco, antecessor do Modernismo. Possui volumetria simples, retangular. Era originalmente simétrico em sua fachada e em sua divisão interna, construído com estrutura independente de concreto armado (vigas e pilares) e paredes de tijolo maciço com reboco à base de cal.

O que se destaca nesta arquitetura é a entrada principal, marcada por alguns elementos: o pavimento superior na parte central com alpendre e frontão em linhas geométricas quebrando o ritmo da platibanda reta que esconde o telhado do pavimento térreo.

A platibanda superior central foi coroada com um frontão e um óculo (que serve para ventilação da cobertura). Também, como caraterística marcante do art déco, a marquise surge como novo elemento de proteção das chuvas e do sol, sobre as portas e janelas.

O Mercado Público de Laguna foi construído em duas etapas, a primeira em 1958 e a segunda parte em 1968, passando por algumas reformas e ampliações.

 

CASA PINTO D’ ULYSSEA

Este imóvel foi construído em 1866 pelo Tenente Coronel Joaquim José Pinto D’Ulysséa. Uma das famílias de políticos e comerciantes mais importantes de Laguna e do estado de Santa Catarina durante o século XIX até meados do século XX.

Trata-se de uma réplica de uma Quinta Portuguesa (Casa de Chácara), construída na periferia da vila, cujo terreno apresentava dimensões maiores que as tradicionais em áreas urbanas, para cultivo de horta, pomares e jardins.

A Casa Pinto D’Ulyssea foi a primeira da cidade a ser construída com platibandas (estrutura que esconde o telhado e insere as calhas pluviais para evitar o escoamento das águas da chuva diretamente sobre a calçada). Foi a primeira casa a ser revestida com azulejos importados de Portugal. Nos fundos da edificação, existe um jardim estilo francês, o restante do lote era utilizado como chácara, com pomar e o estábulo para os animais.

A Casa foi adquirida pela Prefeitura Municipal na década de 1970. Foi tombada individualmente pela Prefeitura Municipal de Laguna, em Decreto Nº 17 de 1978 e está inserido na poligonal de tombamento do conjunto urbano do Centro Histórico, efetuado pela União (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 1985.

 

CLUBE CONGRESSO LAGUNENSE

 

A primeira sede do Clube Congresso Lagunense foi inaugurada em janeiro de 1889. As atividades aconteciam em um sobrado situado na Rua 13 de maio, ao lado do prédio do “Correio do Sul”.

Por volta de 1897 a sede foi transferida para uma nova edificação, localizada nesta esquina. Anos depois, foi substituída por este prédio. com características do ecletismo e inaugurado em 1934 [Fig. 3]. Em 1935 a diretoria promoveu a ampliação da edificação, construindo a parte voltada poara a Rua Voluntário Carpes.

O Clube Congresso Lagunense, assim como os Clubes Blondin e União Operária, em datas comemorativas, realizavam bailes que movimentaram esta Praça e algumas ruas do Centro Histórico. Havia, inclusive uma concorrência entre os Clubes, que disputavam a decoração mais bonita ou qual deles seria o baile mais concorrido.

Sua volumetria se destaca de outras edificações pela cúpula sobre a entrada principal, dando mais suntuosidade ao edifício. A atividade deste Clube é voltada essencialmente para os bailes dançantes, recepção de casamentos e aniversários. Conta com um palco amplo, salão para baile, bar e cozinha de apoio aos eventos.

 

CLUBE BLONDIN

O Clube Blondin foi fundado em 15 de novembro de 1887, como «ginásio Clube Blondin». O principal objetivo dos seus fundadores era estimular as atividades esportivas na sociedade, por isso escolheram o nome inspirados num grande equilibrista francês daquela época, chamado Charles Blondin.

De 1907 a 1943, o Clube funcionou em um prédio eclético situado em frente à Praça Vidal Ramos, quando então adquiriram esta nova localização, num terreno mais amplo que permitisse a ampliação com área esportiva, jogos e espaço maior para os bailes.

O projeto foi inspirado na linguagem arquitetônica Neocolonial, estilo que propõe resgatar alguns elementos decorativos do período colonial, sendo poucos os exemplares no Centro Histórico de Laguna.

Este Clube, assim como os demais, foram grandes agentes sociais promotores de lazer e sociabilidade, cujas atividades se estendiam para além das suas dependências. As festas de Carnaval e os bailes comemorativos eram muito concorridos, até o início dos anos de 2000, quando começam a cair em desuso e os Clubes precisaram se reinventar para oferecer novas atividades.

A realização do trabalho que hoje apresentamos aos nossos leitores, é do Sebrae, Rota da Baleia Franca, Governo de Santa Catarina, Prefeitura de Laguna e IPHAN. A registrar, também, a dedicação e empenho do Etec Laguna. (Continua na próxima semana)

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