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O Dia dos Namorados passou e você nem viu

Enquanto o mundo todo comemorava o Valentine’s Day, o Brasil curava a ressaca do carnaval. Mas por que nosso Dia dos Namorados é só em Junho?

Você provavelmente deve ter visto algumas celebridades e empresas, principalmente gringas, comemorando o Dia de São Valentim, que aconteceu nesta quarta-feira de cinzas. Enquanto a gente curava a ressaca do carnaval, o resto do mundo comemorava o Valentine’s Day, que acontece em 14 de fevereiro e é o dia onde os namorados trocam presentes. Aqui isso acontece em 12 de junho, véspera do dia de Santo Antônio, o Santo Casamenteiro.
Mas por que cargas d’água comemoramos em junho? A culpa é de João Dória! Calma. Não este, que é prefeito de São Paulo. O pai dele, que era da agência Standart Propaganda, foi contratado pela loja Exposição Clipper com o objetivo de melhorar o resultado das vendas em junho, que sempre eram muito fracas.
Inspirado pelo sucesso do Dia das Mães, Dória instituiu outra data comemorativa para trocar presentes no ano: o Dia dos Namorados.
Junho foi escolhido porque era justamente o mês de desaquecimento das vendas. A escolha do dia 12 teve a ver com o fato de ser véspera da celebração de Santo Antônio, que já era famoso no Brasil por ser o santo casamenteiro.
Assim, Dória criou a primeira propaganda que instituía a data, lá em 1948: “Não é só com beijos que se prova o amor!”, dizia um slogan do primeiro Dia dos Namorados brasileiro. “Não se esqueçam: amor com amor se paga”, afirmava outro. A propaganda foi julgada a melhor do ano pela Associação Paulista de Propaganda à época.
No ano seguinte a data começou a se popularizar em todo o Brasil e mais marcas começaram a aderir e propagandear.
Hoje, o “Dia dos Namorados” já é a terceira melhor data para o comércio no país – atrás apenas do Natal e do Dia das Mães. A média do faturamento do dia romântico já chega perto de R$ 1,5 bilhão.

E de onde vem o Valentine’s Day
A origem do Dia de São Valentim, celebrado nos Estados Unidos e na Europa, é muito anterior ao Dia dos Namorados no Brasil.
O chamado Valentine’s Day começou a ser celebrado no século 5 – o primeiro dia oficial do santo foi declarado em 14 de fevereiro de 496 pelo papa Gelásio, em homenagem a um mártir que tinha esse nome.
Há algumas explicações para a história, mas a mais famosa é a de que São Valentim era um padre de Roma que foi condenado à pena de morte no século 3. Segundo esse relato, o imperador Claudio 2 baniu os casamentos naquele século por acreditar que homens casados se tornavam soldados piores – a ideia dele era de que solteiros, sem qualquer responsabilidade familiar, poderiam render melhor no Exército.
Valetim, porém, defendeu que o casamento era parte do plano de Deus e dava sentido ao mundo. Por isso, ele passou a quebrar a lei e organizar cerimônias em segredo.
Quando Claudius descobriu, ele foi preso e sentenciado à morte no ano 270.
Mas, durante o período em que ficou preso, o agora santo, se apaixonou pela filha de um carcereiro. No dia do cumprimento da sentença, ele enviou uma carta de amor à moça assinando: “do seu Valentim” – o que originou a prática moderna de enviar cartões para a pessoa amada no 14 de fevereiro.
Mas foi apenas dois séculos depois que a data passou a ser efetivamente comemorada, quando o papa Gelásio instituiu o Dia de São Valentim, classificando-o como símbolo dos namorados.
A comemoração foi criada como uma resposta a uma tradição antiga que teria se originado em um festival romano de três dias chamado Lupercalia.
O evento, ocorrido no meio de fevereiro, celebrava a fertilidade. Seu objetivo era marcar o início oficial da primavera.
Como parte das celebrações, jovens sorteavam nomes de garotas misturados dentro de uma caixa. Os dois então se transformavam em namorados durante a festa, e podiam até casar.
Nos séculos seguintes, a Igreja decidiu erradicar celebrações pagãs e por isso transformou o evento em uma festa cristã, em homenagem a São Valentim.
Mas há ao menos outras duas figuras históricas que disputaram o título de São Valentim associado a essa data.
Uma delas é um bispo de uma cidade próxima a Roma – na região da atual Terni – e a outra, um mártir do norte da África.
Como não se sabe muito mais informações sobre essas duas outras figuras. O padre de Roma acabou se tornando o mais conhecido São Valentim.

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