O ano era 2014. O Padre Itamar Faísca Nunes se viu em uma situação que havia chegado ao limite. Apesar de ser exímio conhecedor do Latim, postergou ao máximo a possibilidade de rezar as tradicionais trezenas de Santo Antônio, cujo ponto alto, está justamente na interação do Padre e do Coral: “Era um misto de timidez e também por não saber cantar. Conhecia todas as partituras, mas não me via cantando em público”. Foi então que o saudoso Rogério Wendhausen, que integrava o coral, incentivou o padre: “Ele quem me ensinou a cantar. Aos poucos fui soltando a voz e perdendo o medo”, recorda. A “estreia” na trezena do mesmo ano foi repleta de ansiedade: “Recordo que estava trêmulo e nervoso. E sinceramente, até hoje, antes de começar, ainda me deparo com esse sentimento. Os ouvintes são exigentes e tenho um coral diante dos meus olhos”. Aos 58 anos, 18 destes dedicados à vida religiosa, Padre Itamar cita o que lhe faz admirar o nosso amado padroeiro: “Ele foi um homem culto, estudioso, orador, pregador do Evangelho, simples, humilde e acessível ao povo”. Entre os relatos de fé e graças alcançadas através de Santo Antônio, cita os mais tocantes: “Eu estava na Matriz e um senhor apareceu desesperado, pedindo que rezasse com ele o responsório, pois havia perdido sua carteira com os documentos no trajeto do barco de Campos Verdes. Felizmente, no período da tarde ele veio me contar que encontrou seus pertences boiando no Cais”. Em outra situação, presenciou uma graça alcançada: “Uma mãe veio agradecer pela cura de uma criança pequena, que havia enfrentado uma forte pneumonia. Trouxe uma roupinha para o Menino Jesus como forma de agradecimento”. Padre Itamar costuma frisar que antes de ser um religioso é cristão como qualquer outro fiel e busca estimular e evidenciar as crianças em suas pregações: “Elas são os fiéis do futuro da igreja católica. Além disso, busco mostrar a elas o Quanto Deus é Simples e está tão próximo de todos nós”.
